Tão recentemente como em Março era ponto assente acordar com temperaturas negativas, ouvir o grasnar dos corvos, ter de pacientemente raspar o gelo dos vidros do carro pela manhã e, por incrível que pareça, sacudir uns flocos de neve de vez em quando. Um bom agasalho e calçado é obrigatório e os quase dez anos de Polónia ensinam que quando as temperaturas são negativas não há lugar para concessões a vaidades - o que interessa é estar bem forrado!
Não convém fazer como um patrício que, numa noite de festa, para impressionar as polacas penteou-se em grande estilo aplicando gel. Escusado será dizer que estando lá fora uns -4 ou -5 varridos a vento gelado (a sensação são pelo menos de uns -10) o meu vaidoso amigo ficou com a cabeleira congelada e só muito orgulho e vaidade o preveniu de colocar um barrete. Parece que lhe serviu de lição...
Não convém fazer como um patrício que, numa noite de festa, para impressionar as polacas penteou-se em grande estilo aplicando gel. Escusado será dizer que estando lá fora uns -4 ou -5 varridos a vento gelado (a sensação são pelo menos de uns -10) o meu vaidoso amigo ficou com a cabeleira congelada e só muito orgulho e vaidade o preveniu de colocar um barrete. Parece que lhe serviu de lição...
Junho de 2011 |
A amplitude térmica da Polónia permite distinguir perfeitamente as quatro estações do ano sendo - mais ou menos - seis meses de frio e seis meses de temperaturas agradáveis e, por vezes, muito calor. O Inverno branco e os três meses de calvário com a neve e gelo, as árvores despidas de folhas e, em Łódź, a omnipresente cor cinzenta, permitem que se aprecie os pormenores da Primavera e as delícias do Verão polaco. Em Fevereiro já ninguém está mentalmente sano com os dias curtos e o frio, por isso, a Primavera, é uma espécie de redentor; o renascer e a abundância de verde na vegetação. Digo que é uma verdadeira explosão de vida, devidamente anunciada por bandos de patos e outras aves migratórias entre as quais as cegonhas. Os corvos vão temporariamente para outras paragens com a promessa de regressarem para anunciar o frio.
São estes os meses dos piqueniques, dos churrascos ao ar livre ou nas działka, das esplanadas montadas na ulica Piotrkowska onde podemos beber uma gelada cerveja polaca enquanto observamos a paisagem. Os supermercados e as grandes superfícies promovem material para os barbecue onde amiúde se encontram grelhadores chineses a "preço camarada" (melhor comprar os de fabrico polaco) e toda uma parafernália de material para assar as kiełbasa (salsichas polacas) e os nacos de carne acompanhados pelos típicos cournichons em pickle e cerveja nacional ou vodka para quem gosta de versões hardcore.
Sem darmos por isso passamos rapidamente das janelas fechadas no carro e do aquecimento virado todo à direita, na zona de calor máximo, até às janelas abertas e à garrafa de água que rapidamente aquece enquanto que o vento que sai do ventilador - na falta de ar condicionado - é pouco mais do que um inútil sopro de ar quente. Passamos das janelas de casa fechadas e aquecimento central ligado até às janelas escancaradas e à providencial ventoinha e, claro está, das polacas escondidas entre o barrete, as botas e casaco até às mini-saias e sandálias...
2 comentários:
Bem conhecida a paisagem. Por coincidência as duas estações do ano em que já estive na Polónia o Inverno e a Primavera.Gostei das duas a neve que me recordou as minhas origens transmontanas e a Primavera que é de facto muita bonita na Polónia.
Eu gosto da parte das mini-saias... Aqui exageram... e ainda bem...
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