domingo, 24 de janeiro de 2010

Polónia avulso

O frigorífico polaco
 

 Certamente será interessante beber uma cerveja nesta esplanada mas no Verão.

Pelo que lemos nos blogues e nas páginas da rede social Facebook os portugueses na Polónia andam ressentidos. Ressentidos com o frio gélido que se faz sentir de alguns dias a esta parte e que está - infelizmente - longe de acabar num país com Invernos tradicionalmente frios especialmente durante Janeiro e Fevereiro.

Se aqui estamos temos mesmo de viver nestas condições e já adquirimos gestos e hábitos de quem anda nestas "lides", mal de quem queira fazer a sua vida neste país e não se adapte ao seu modo de vida.
Os -18, -19 e -20 que se fazem sentir ultimamente (com uma ameaça velada de uns -30!) sentem-se de tal forma que mesmo em casas aquecidas e isoladas sente-se nas paredes o "bafo" gelado do vento e do frio no exterior. Já nem vale a pena entrar nas gastas e carcomidas comparações do "em Portugal em Janeiro isto" ou "em Portugal temos realmente um bom tempo e aquilo". Estes Invernos gelados e exagerados (como o deste ano) são deprimentes, ponto final, parágrafo.

Como diz o Misha no seu blogue Algo está realmente errado contigo (ou com o país onde vives) quando entras à meia-noite numa estação de comboios onde estão -1ºC e ainda dizes "Porra, aqui está quentinho!".

O terramoto na Polónia

Poderia ter mais piada se não fossem as notícias da crise humanitária no Haiti como consequência do devastador terramoto em Port-au-Prince. Está na natureza humana queixarmos-nos de algo na nossa vida. Para o milionário pode ser a descida no valor percentual das acções de uma empresa, para a fútil actriz de Hollywood a operação-plástica da amiga que resultou melhor do que a sua, para o director-geral uma promoção a presidente que nunca mais chega, para o funcionário público um aumento que não serve para nada ou o estudante que está saturado de estudar matérias enfastiantes.
No Haiti há realmente razões de queixa. Um país paupérrimo reduzido a escombros, fome, sede, morte e doença em cada rua, necessidade de sobrevivência, hospitais que já não existem, crime e saque num país que não consegue enterrar os seus mortos, isso sim são razões de queixa.

A semana passada a terra tremeu na Polónia; um fenómeno raro nestas terras que estão bem assentes numa placa continental e longe de locais de riscos e potenciais catástrofes sismológicas relacionadas com fissuras ou fricções com outras placas continentais (como em Portugal).
Foi numa pequena aldeia a cerca de 40 km de Łódź que a terra tremeu e provocou, nas zonas mais próximas do epicentro, a quebra de alguns bibelots e rachadelas nalgumas paredes e muros.
Alguém disse, em entrevista a uma estação de rádio, que o seu cãozinho ficou muito agitado, ladrava nervosamente, saltou da cama e empalideceu [sic] com o susto. Por aqui não senti nada e a nossa cadela Flora dormiu enrolada e tranquila.



Portugal já me brindou com uns sustos - como aquele em que numa manhã senti a cama a abanar como se fosse gelatina e, no meio da confusão, com olhos fechados ainda pensei que fosse a minha mãe a querer acordar-me, vai daí um ensonado e dito em surdina - Ó mãe... o que estás a fazer - e a surpresa de abrir os olhos para constatar que a mãe afinal estava a dormir e só eu estava naquele quarto lá em Famalicão, num tempo em que podia dormir até ao meio-dia e neve via-a frequentemente na snowball que a minha irmã me oferecera em tempos - como se fosse uma premonição de tempos futuros em que seria eu próprio dentro desse objecto kitsch portanto... parem de me abanar por favor, chega de neve!










1 comentário:

Ryan disse...

Mal por mal antes a neve que os abanoes... ainda que depois de umas semanas de neve e agora chegaram os tais famosos graus negativos que temem em ficar por ca mais uns dias... Olha que fiquem que elas... as Polacas aquecem o "Je"