Musiałówna Anna, <> http://www.fotopolis.pl/index.php?g=325&aktz=3
Nem sempre mas muitas vezes tenho reparado que nas filas dos supermercados e mercearias polacas sou quase que empurrado pelo parceiro/a atrás de mim, certas vezes levo com o carrinho nas nádegas, outras tenho uma velhota a entrar em rota de colisão enquanto digito o código do cartão no terminal...
Nos primeiros anos era algo que me irritava solenemente mas com o tempo fui-me habituando - que remédio! - a esse tipo de situações. Se repararem em muitas filas de supermercado mas especialmente em talhos, padarias e pequenas mercearias os polacos estão praticamente colados uns aos outros e não se importam com tal.
Procurando uma eventual explicação para tal "hábito cultural" apenas me ocorreu que só podem ser resquícios do tempo das senhas de ração comunistas e do stress que esta gente tinha para poder comprar algo nas lojas antes que esgotasse, provavelmente um buraco na fila era o garante de alguém chegar primeiro à caixa e pedir um dos últimos bifes ou papo-secos disponíveis nas prateleiras!
O comunismo deixou marcas neste povo especialmente nas gerações mais antigas, enquanto que em Portugal tínhamos as mercearias do "Senhor Zé", com a sua típica balança Avery e as caixas de fruta na entrada, sempre com produtos disponíveis e a retalho, na Polónia o sistema era totalmente diferente e recebiam-se porções de acordo com aquilo que o governo considerava necessário.
Vejam o exemplo de uma senha de ração (Kartka) na imagem:
O P-3 constituía-se por 14 quadrados correspondentes a vários artigos como por exemplo, farinha, açúcar (250 ou 1500 gramas), cigarros (6 maços), álcool (uma garrafa), chocolate (sucedâneos pois não havia mesmo chocolate de cacau), gorduras (375 gr), 100 gramas de detergente etc, no centro assinava-se o nome e morada do comprador.
A agravar este sistema "igualitário" do regime das senhas estava a disponibilidade da mercearia pois havia meses em que tudo esgotava rapidamente ou não estava disponível portanto os quadradinhos de nada serviam! Claro que para fazer frente às necessidades florescia o mercado-negro - dito o maior da Europa - e os esquemas fura-vidas que mais tarde viriam a formar algumas moles de "bebavundos" que ainda proliferam nas ruas da Polónia.
Vai demorar algumas gerações até certos hábitos mudarem mas se pensarmos que, de acordo com uma recente sondagem na Alemanha, 60% dos jovens nas escolas secundárias não sabiam o que era a RDA e a RFA então estamos, sem duvidas, no bom caminho...
Nos primeiros anos era algo que me irritava solenemente mas com o tempo fui-me habituando - que remédio! - a esse tipo de situações. Se repararem em muitas filas de supermercado mas especialmente em talhos, padarias e pequenas mercearias os polacos estão praticamente colados uns aos outros e não se importam com tal.
Procurando uma eventual explicação para tal "hábito cultural" apenas me ocorreu que só podem ser resquícios do tempo das senhas de ração comunistas e do stress que esta gente tinha para poder comprar algo nas lojas antes que esgotasse, provavelmente um buraco na fila era o garante de alguém chegar primeiro à caixa e pedir um dos últimos bifes ou papo-secos disponíveis nas prateleiras!
O comunismo deixou marcas neste povo especialmente nas gerações mais antigas, enquanto que em Portugal tínhamos as mercearias do "Senhor Zé", com a sua típica balança Avery e as caixas de fruta na entrada, sempre com produtos disponíveis e a retalho, na Polónia o sistema era totalmente diferente e recebiam-se porções de acordo com aquilo que o governo considerava necessário.
Vejam o exemplo de uma senha de ração (Kartka) na imagem:
O P-3 constituía-se por 14 quadrados correspondentes a vários artigos como por exemplo, farinha, açúcar (250 ou 1500 gramas), cigarros (6 maços), álcool (uma garrafa), chocolate (sucedâneos pois não havia mesmo chocolate de cacau), gorduras (375 gr), 100 gramas de detergente etc, no centro assinava-se o nome e morada do comprador.
A agravar este sistema "igualitário" do regime das senhas estava a disponibilidade da mercearia pois havia meses em que tudo esgotava rapidamente ou não estava disponível portanto os quadradinhos de nada serviam! Claro que para fazer frente às necessidades florescia o mercado-negro - dito o maior da Europa - e os esquemas fura-vidas que mais tarde viriam a formar algumas moles de "bebavundos" que ainda proliferam nas ruas da Polónia.
Vai demorar algumas gerações até certos hábitos mudarem mas se pensarmos que, de acordo com uma recente sondagem na Alemanha, 60% dos jovens nas escolas secundárias não sabiam o que era a RDA e a RFA então estamos, sem duvidas, no bom caminho...
6 comentários:
Estas filas agora encontram-se onde os produtos são bons ou baratos :D
Bem verdade Rui. E eu de vez em quando lá estou! :)))
Ola, sou tambem um "Tuga" a residir na Polonia bem perto de Lodz, em Konin. Deixo o meu mail para um poeterios contacto, afinal somos alguns mas não muitos por cá. Cumprimentos João Lima
joaojorgelima@gmail.com
Czesc João! Já te escrevo um e-mail. Por acaso lembro-me de Konin pois numa das minhas viagens de automóvel entre Portugal e a Polónia ia morrendo - ou ficar gravemente ferido - numa colisão frontal perto de uma ponte que existe para aqueles lados! lol
Era um Opel Kadett dos anos 90 que por pouco não se enfeixou no meu carrito. :))
Abraço
Bom... em muitos serviços públicos ainda existem esse tipo de filas. Por exemplo nos Correios. Para não falar de que nisso Portugal e Polónia têm algo em comum... há sempre um esperto a tentar furar e não é que consegue... enfim...
A mãe da minha namorada trocava as senhas de álcool por senhas de chocolates, aos bêbados que se deliciavam com mais uma garrafinha de vokda para não parar o "nevoeiro" lol e as gravidas recebiam senhas para brinquedos e doces para os futuros filhos que na verdade muitas possivelmente davam outro uso as ditas... da mesma maneira que fazia a mãe da minha namorada =)
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