Após um Inverno demorado que quase nos levou ao desespero chegou finalmente a Primavera ainda que mais preguiçosa do que nos anos anteriores. São este gritantes contrastes entre a invernia e o clima ameno da Primavera que nos fazem esquecer rapidamente aqueles dias frios e incómodos e os cenários brancos que para quem vive aqui passam a ser rotina. As folhas nas árvores, a chegada de aves migratórias como as andorinhas, as cegonhas e também os patos-bravos a par com os casais de namorados de mãos dadas e as polacas de saias anunciam os dias soalheiros intercalados com as habituais tempestades com trovoadas medonhas dignas da banda sonora de um filme de terror, a par com a chuva a cântaros seguida de dias de bonança.
A diferença entre o fim do Inverno, o principio da Primavera e o mesmo local em Maio. |
Do gelo e neve passamos para um cenário triste mas ao mesmo tempo renovador com neve derretida, água, lama, relva amarelada a reaparecer depois de meses escondida e montes de gelo sujo e enegrecido acumulado em montículos. Semanas depois o contraste absoluto; o verde luxuriante por todo o lado onde há terra fértil e muita areia e sal pelos passeios e bermas das estradas à espera dos varredores da câmara municipal.
Coisas do parque automóvel polaco
Suprimi a matricula do velho Triumph por razoes óbvias. |
Para quem não sabe o carro em frente ao meu é um Triumph Acclaim HLS dos anos 80, fabricado no Reino Unido algures entre 1981 e 1984. Não esperava ver tal coisa na Polónia e duvido que estivessem à venda neste país. Muito provavelmente alguém o trouxe da Europa ocidental e ainda circula nele em pleno século XXI.
Foi o primeiro carro em que andei que tinha quatro vidros elétricos, espelhos reguláveis eletricamente, vidros verdes, estofos em veludo e outros pequenos luxos à inglesa. Pertencia ao meu vizinho, o Sr. Morgado, vendedor de móveis e cozinhas, tinha um comprado novinho em folha de cor branco pérola. Infelizmente acabou num muro num acidente pelas mãos do filho recém-encartado sem consequências trágicas mas com algumas dores para o condutor e ocupantes.
Considerado pelos adeptos da marca como um impuro - na realidade era um Honda Ballade vestido de smoking - foi o Canto de Cisne da marca e o principio do declínio da industria automóvel britânica. Curiosamente foi o Triumph mais fiável de sempre. Sayonara Triumph...
Um comum Ford Mondeo MKII mas com uma nota de humor na tampa da mala, uma provocação num país com imensos católicos devotos e fervorosos. |
O símbolo da cristandade, o peixe (há quem diga que na realidade é o olho da divindade egípcia Ra) é um adereço frequentemente visto nas tampas da mala de veículos polacos. Um autocolante que se pode comprar com uns trocos e que serve, em principio, para mostrar a fé do proprietário em Cristo enquanto serve também de amuleto contra acidentes de viação e outros percalços rodoviários.
O proprietário deste Ford foi mais longe e fritou o peixe numa frigideira o que merece uma fotografia para mais tarde recordar...
1 comentário:
O teu poder de observação em tudo que diz respeito a carros continua intacto.Bj Linda
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