sábado, 14 de abril de 2012

Polónia a vulso VI

O Adrian ama todas as mulheres

A Fabrika Rajstop Adrian (Fábrica de Collants Adrian), situada logo ao lado de Łódź, na cidade de Zgierz (como Vila Nova de Gaia está para o Porto mas sem Douro pelo meio), teve a ideia de literalmente invadir a cidade com um outdoor original, este:


Adrian ama todas as mulheres é o slogan da original campanha publicitária. O site das collants Adrian diz que se trata da campanha Size++ e é destinada a mulheres com proporções mais... avantajadas. Não consegui apurar quem é a modelo, se realmente existe ou se é filha do Photoshop mas pelos comentários dos cibernautas na página do jornal Express Ilustrowany o público ou gosta ou detesta. Como dizia a avó de alguém "há um testo para cada panela" ou como dizia o avô de alguém "eu gosto delas é com chicha!". Comentários gastronómicos à parte não deixa de ser uma abordagem interessante e diferente num país onde se encontram muitas magrinhas.

Quando Deus disse "Faça-se luz!", Chuck Norris sussurrou "Diga se faz favor sim?"

Também relativamente a cartazes publicitários tem havido um verdadeiro ataque do banco WBK para créditos pessoais e a empresas tendo como figura de proa o carismático Chuck Norris, o homem que contou até ao infinito duas vezes...


 Num instantâneo que tirei com o telemóvel na Piotrkowska fica o contraste entre o assédio do banco com Chuck Norris a manusear imensas notas de Złoty polacos e o sem-abrigo a pedir esmola aos transeuntes.

Reviver o passado no número 85 da Piotrkowska


Era uma vez no número 85 da Piotrkowska três portugueses e uma portuguesa, um finlandês e uma finlandesa. Uma das muitas histórias de estudantes Erasmus que com as devidas nuances são quase sempre iguais. A viela pouco mudou, continua cinzenta e sombria e só os carros são outros (nem um Maluch ou um Polonez se vê ao contrário do que se via há dez anos atrás). 
Num olhar mais atento - por vezes gosto de passar pela viela para recordar os bons velhos tempos - reparo que o prédio foi finalmente pintado e restaurado, o vão das escadas (aberto durante os dias úteis) não mudou nada, continua pintado em tintas plásticas grossas, as escadas velhas e a rangerem e o cheiro a mofo que se entranha nas narinas. As mesmas escadas que agradeço que nunca falem certas coisas que ali aconteceram e que vi afunilarem e a parecerem nunca mais acabar naquelas noites de Inverno quando o álcool circulava no sangue em medidas completamente disparatadas. 

Pergunto-me se ainda lá está o velho telefone que só recebia chamadas (daqueles de campainha que acordam um defunto), o maldito esquentador komunism socjalism na casa de banho que mal aquecia os quase 100m2 de casa ou que quase nos queimava a pele nos banhos matinais, o frigorífico soviético... quem agora lá vive? Por baixo daquela janela alta em madeira, naquele quarto onde dormi num colchão tendo como mesa de cabeceira um caixote de cartão e onde estava um curioso poster passo a sorrir dez anos depois; um dos cidadãos de Łódź, a caminho de sua casa...


1 comentário:

Pedro Lopes disse...

Por acaso, qd estive agora nesta semana da Páscoa, esse anúncio da srª tb chamou a minha atenção! Ou seja se calhar o anúncio cumpre o objectivo, se fosse com uma "escanzelada" qualquer ninguém ligava.
Quanto ao chuck, não me resisti e tive de tirar uma foto junto do mesmo :)