Uma pergunta que me faço frequentemente. Até quando tenciono viver na Polónia? Para onde ir? Valerá a pena arriscar e emigrar para outro país?
Confesso que já pouco me atrai na Polónia. Um país ideal para os "solteiros e bons rapazes", não para o "bom chefe de família" - mesmo que seja simpatizante do Futebol Clube do Porto. Não sou do tipo de andar no fio da navalha com a mulher nem de deixar para trás a família por caprichos de saias. Sou demasiado sério, demasiado imaginativo. Depois, aqueles dois luso-polacos de olhos castanhos e a minha "polka" de eleição são aqueles que me motivam, a razão de estar num país que na realidade pouco ou nenhum suporte dá às famílias que contribuem para o aumento da taxa de natalidade.
Quando decidimos fazer vida na Polónia, depois da frustrante experiência portuguesa, sabíamos que tínhamos uma idosa com problemas de locomoção para tomar conta, a minha sogra. Não abandonamos os velhos, não queremos um dia ser abandonados pelos filhos e no nosso conceito, família é família.
A perspectiva de emigrar, por exemplo, para o Reino Unido é real, não tanto pelo valor da Libra Esterlina mas mais pelas diferenças culturais e pelo sistema social e cultura no trabalho na qual os ingleses estão a anos-luz de distância dos polacos e dos portugueses. Uma decisão destas não se toma da noite para o dia, vai-se amadurecendo, requer muita informação, vai-se tornando mais clara à medida que se pesam os prós e os contras. Longe de mim em querer ser mais um emigrante a viver à custa dos social beneficts do governo britânico e de Sua Majestade. A emigração de arrumar quartos de hotel, de servir em casamentos ou em pubs de bêbados britânicos está fora de questão. Para isso nem inglês é preciso falar.
Por outro lado os ingleses já foram mais receptivos a emigrantes. Os mais de dois milhões de muçulmanos entre os quais alguns que exigem a Lei da Sharia em território britânico - negando o Estado de Direito e a Democracia - e lutam por o Islão em manifestações de ódio ao Ocidente, mais os reminiscentes das suas ex-colónias e também os polacos e outros europeus bem como como africanos, magrebinos e americanos do Sul estão a trabalhar e a viverem na velha Albion. Muitos não falam inglês, não querem aprender e conhecem o sistema de segurança social melhor que muitos ingleses. Usam e abusam do mesmo não contribuindo para o bem-estar de todos, são a negação daquilo que é a segurança social, da luta das classes trabalhadores desde a revolução industrial. A velha ladainha do "por causa de uns pagam outros".
Até que ponto uma emigração cheia de boas intenções e feita nas regras do jogo não será metida no mesmo saco que aquela feita na base de esquemas e trabalho pago abaixo da média dos salários reais?
O futuro o dirá. As crianças, a crescerem na Polónia, perfeitamente integradas no país sem que ninguém as discrimine por terem um pai estrangeiro são, em última instância, o verdadeiro moderador e decisor nesta questão.
6 comentários:
Antes da Polonia vivi noutro pais Europeu que talvez seja uma dos que mais favorece a familia. O problema e exactamente o mesmo que em Inglaterra. Desculpem a linguagem mas ha uma certa corja que mama dos beneficios na Europa e cospem na cara dos Europeus. Pessoalmente deveriamos tomar medidas porque se mudamos temos de contribuir todos e nao so alguns. e dificil ao inicio mas depois tudo se compoe. Na Polonia um gajo que se lixe porque aqui e mais o dar para o Estado. Vejam la se os arabes poem ca os pes. Nao tenho nada contra eles mas a mentalidade deles e de certas pessoas que vivem a custa do Estado comeca a irritar quem trabalha dignamente.
sinceramente, deixar a polonia pra criar sua familia é uma burrada. Até concordo da questão dos maiores benefícios sociais e economicos do Reino Unido. Mas a qualidade de vida que se tem para criar os filhos é muito superior na polonia. O capital social polaco é superior.
Tu achas que vai ter a mesma segurança de passear nos parques da polonia que tem na inglaterra? De jeito nenhum, vá com sua familia pra um parque qualquer de Londres e veja como alguns paquistaneses vão te incomodar.
Desculpe meu portugues precário, sou italiano.
Obrigado pelas vossas palavras.
O que tenho feito é recolher opiniões. Grazie mille Laurindo! :)
Depende das zonas mas aqui em Łódź há locais, especialmente no centro da cidade, que são pouco recomendáveis e onde rapidamente podemos encontrar problemas sem que os tenhamos pedido.
Caro Ricardo, também sou casado com uma bela polaca e vivemos há cerca de 5 anos em Inglaterra, numa pequena cidade rural onde 1/3 da população é estrangeira, na sua maioria polaca. A cidade chama-se Boston, mas em jeito de brincadeira batizei-a de "Bostonów" :) É com agrado que de vez em quando dou cá um salto ao teu blog.
De facto tudo o que referiste em relação ao sistema de segurança social é verdade. Existe uma "grande" minoria que suga completamente o dinheiro do estado. Muitas mulheres engravidam de propósito só para conseguirem uma casa da câmara e benefícios sociais. Há gerações de ingleses que nunca mexeram um dedo para trabalhar.
Desde a entrada da Polónia na EU que a Inglaterra foi praticamente invadida por emigrantes polacos em busca das tais libras, as quais são ganhas à custa de bastante trabalho, trabalho este que muitos ingleses não sabem ou recusam fazer. Esta situação criou um clima muito tenso entre as minorias étnicas e a população indígena, e isto é ainda mais notório em localidades rurais como esta.
Para quem tem filhos, como é o teu caso caro Ricardo, a Inglaterra pode tornar-se num verdadeiro pesadelo. E porquê? Quando as famílias chegam cá sem saber como funciona o sistema de ensino, as crianças são matriculadas na primeira escola que encontram, geralmente de baixa qualidade. Neste país o ensino ainda é muito sectário. Sei do que falo porque trabalho numa escola onde a maioria dos alunos é proveniente de outros países. A qualidade de ensino roça o ridículo e a disciplina é muito difícil de manter. Aqui os alunos não chumbam de ano e os trabalhos de casa são anedóticos. Muitos dos alunos estrangeiros que temos são vítimas de racismo. Os miúdos estrangeiros normalmente terminam o ensino obrigatório sem obterem as qualificações necessárias para prosseguir para o ensino superior. Esta é a dura realidade. O que vejo por aqui é muito triste... homens e mulheres que se fartam de trabalhar num país que não é o seu, enquanto os filhos se perdem neste cultura facilitista e de falsas expectativas. Espero que a minha opinião te ajude de alguma forma.
Um grande abraço e parabéns pelo blog!
Caro Pedro. Obrigado pelas amistosas palavras. O seu comentário foi porventura o melhor e o que mais precisava de ler.
Outras pessoas que sondei não têm filhos e como tal nem sequer uma ideia do que é o ensino no Reino Unido.
O meu muito obrigado!
Força Ricardo :)
Enviar um comentário