domingo, 19 de dezembro de 2010

O que é a "Polonia"?

Não é um erro ortográfico em língua portuguesa, não falta o ó, em português europeu, ou o ô em português do Brasil. Polonia é o nome dado à Diáspora polaca e aos polacos que vivem no estrangeiro tal como as suas comunidades de emigrantes.

Uma típica mercearia polaca na Milwaukee Avenue em Chicago, cidade conhecida pela sua imensa comunidade polaca ou "Polonia".

 Os números da Diáspora polaca são reveladores da História e do "fado" desta nação. Estima-se que entre 15 a 20 milhões e seus descendentes vivem no estrangeiro; um numero avassalador se tivermos em consideração que o país tem actualmente 40 milhões de almas. Uma História rica mas amiúde trágica, com divisões territoriais, partilhas de território entre os seus inimigos, invasões, guerras e massacres. Um país com uma cultura própria, muito especifica dentro das nações eslavas, que viu as suas fronteiras contraírem-se e expandirem-se ao longo dos séculos. O ideal do Pan-Eslavismo (união entre as nações de raça eslava) não surtiu efeitos a médio ou a longo prazo na Polónia dos séculos XIX e XX mas foi ferramenta politica da URSS na sua conquista ideológica durante as décadas de Comunismo Marxista-Leninista. 

Os polacos viam-se portanto encurralados e sem perspectivas no seu próprio país como tal a saída para o exterior era a solução que restava, a esperança numa vida melhor alicerçada em grande parte no fervor religioso e fé em Cristo e na Igreja Católica.

De acordo com o site www.http://culture.polishsite.us são reconhecidas três grandes vagas de emigração sendo as mais relevantes aquelas que começaram em 1830 com o Levante de Novembro ou Revolução dos Cadetes que, tal como muitos outros ao longo da sua trágica História, foi cilindrado pelas tropas russas. Conhecida como a vaga da Grande Emigração (Wielka Emigracja) este período histórico vê parte da elite polaca no exílio para evitarem a deportação para a Sibéria e as execuções sumárias pelos russos.

Entre 1870 e 1913 dá-se a segunda vaga de emigração, dita "pelo pão" (za chleb) sendo os EUA um dos países acolhedores. Estima-se que mais de 3 milhões de polacos fugiram do país, sobretudo de zonas rurais e pobres, para procurarem apenas sobreviver. A terceira vaga situa-se no período entre guerras (1918-1938) apesar de no pós-guerra e durante a II Guerra Mundial a emigração continuar a ser alternativa para a sobrevivência, sobretudo das famílias polacas de descendência judaica. Posteriormente, depois dos Aliados dividirem entre si o que restou da Europa, e instalar-se o regime pró-soviético a emigração continuou se bem que em menor escala. Durante os anos do Comunismo as fronteiras fechadas e a não-emissão de passaportes turísticos susteve grande parte do desejo dos polacos em encontrarem outras paragens. Como em todos os regimes totalitários o bode expiatório para os problemas económicos e sociais de uma Polónia comunista foram os judeus que ainda restavam do extermínio dos anos da guerra. O repatriamento destes cidadãos polacos para Israel e para a Holanda (que auxiliou parte da comunidade judaica) constituiu em parte a perda de quadros e da elite polaca.

Um artigo do Daily Mail intitulava os polacos de "Os novos britânicos". Por uns considerado um mal, por retirarem empregos a ingleses e por outros como um auxilio precioso na economia. A verdade é que muitos empregos que o comum cidadão inglês recusava foram tomados por muitos polacos que não temiam o trabalho indiferenciado e não-qualificado. Com o cambio da Libra Esterlina a equiparar-se ao Euro a vaga de emigração não só foi refreada como muitos regressaram.

Com o inicio da Democracia e a lenta abertura do país ao exterior a emigração continua, sobretudo para a Alemanha, Bélgica, Áustria e EUA sendo mais notória a imensa vaga de polacos na Europa (com especial impacto na Irlanda, Reino Unido e Escócia) após a adesão do país à UE, em 2004.  Estima-se em cerca de 500,000 o numero de polacos a viverem actualmente na Gra-Bretanha.

Os imigrantes na Polónia

Antes de chegarem portugueses à Polónia já outros havia sobretudo de países que tinham relações de cooperação durante o Socialismo. Não é muito difícil encontrar vietnamitas, nigerianos e mesmo angolanos mas também sul-americanos de países de língua espanhola.

Apesar da mudança politica e económica a Polónia continua a ser um dos países europeus com menor numero de imigrantes, 0,1 do total de acordo com esta fonte. Oficialmente, segundo o Eurostat, seremos 35,000 estrangeiros em território da Rzeczpospolita Polska (República da Polónia). Nada a temer  portanto para os nacionalistas, racistas e para algumas mentes mais conservadoras, religiosas e anti-semitas, tampouco nada a temer para nós, emigrantes - temos muito território para explorar...














2 comentários:

sergio disse...

East Countries by GDP(PPP) per capita 2010 IMF

01 Slovenia 27,899
02 Czech Republic 24,987
03 Slovakia 22,267
04 Poland 18,837
05 Hungary 18,815
06 Estonia 18,274
07 Croatia 17,608
08 Lithuania 16,997
09 Russia 15,807
10 Latvia 14,330
11 Belarus 13,864
12 Bulgaria 12,052
13 Romania 11,766
14 Serbia 10,808
15 Montenegro 10,432
16 Macedonia 9,350
17 Bosnia 7,751
18 Albania 7,381
19 Ukraine 6,665
20 Moldova 2,959

Real disse...

Obrigado pelo post porque há dias tive uma conversa sobre isso. E que tal ver esta imigração por exemplo nos países lusófonos? A Polónia e realmente e um pais grande mas precisa de mais qualquer coisa. Eu sei que a geografia não ajuda muito mas acho que e um pais que tem um bom potencial. E nem tudo são só boas gajas etc... etc...