Fot. Saley Alexey 2010-05-07 - Gazeta Wyborcza
Volvido um mês, sobre o trágico acidente de Smolensk, a área florestal onde se despenhou o Tupolev presidencial foi, de acordo com o jornal polaco Gazeta Wyborcza, “tornada um espelho” pelas equipas de limpeza russas e polacas. Há romagens ao local, os camionistas TIR polacos desviam a rota e param para prestar homenagem aos seus mortos. Não resta um único vestígio do avião ou dos seus passageiros e apenas as árvores cortadas e partidas pelas asas e fuselagem do aparelho testemunham o sucedido a 10 de Abril de 2010.
Nos atentados do 11 de Setembro nos EUA as teorias da conspiração começaram no rescaldo da tragédia; neste caso americano e após ter lido imensas teorias conspiratórias e as versões oficiais cheguei à conclusão que há muitas pontas soltas nas versões ventiladas pelos media e pelo governo americano.
Tal como o Incidente do Golfo de Tonkin, o assassinato de John Kennedy ou a Operação Gladio – no auge da Guerra Fria – nunca sabermos a verdade ou só muito mais tarde teremos acesso a alguma informação que confirme as tais teorias da conspiração, tal como sucedeu com o Massacre de Katin – tido como 'conspiração' durante décadas.
Tal como o Incidente do Golfo de Tonkin, o assassinato de John Kennedy ou a Operação Gladio – no auge da Guerra Fria – nunca sabermos a verdade ou só muito mais tarde teremos acesso a alguma informação que confirme as tais teorias da conspiração, tal como sucedeu com o Massacre de Katin – tido como 'conspiração' durante décadas.
Kaczyńsky e a elite conservadora polaca – junto com a tripulação, agentes policiais e civis – não se livram de fazerem parte de uma teoria que nos diz que o acidente foi na realidade um atentado. Uns dizem que foram os russos (estando Putin consciente do assassinato) e outros apontam o dedo aos serviços secretos russos e polacos, junto com os opositores políticos de Kaczyński - a procurarem cumprir a agenda dos ditos globalistas.
Tudo estava devidamente explicado - um fatídico acidente envolvendo erros de pilotagem associado a nevoeiro intenso e falha do dispositivo TAWS Terrain Awareness and Warning System que emite um sinal acústico sempre que o aparelho se aproxima do solo - até que um vídeo amador, filmado por um cidadão russo de nome Andrei Mendierej, despoletou dúvidas na cibercomunidade. Mendierej dirigiu-se ao local do despenhamento logo após a explosão da aeronave e alegadamente filmou dois vídeos, um com uma câmara e outro com o telemóvel – o primeiro seria confiscado in sito e apagado pelas autoridades russas mas o segundo escapou e pode ser visto em centenas de cópias na Internet.
O polémico vídeo não foi considerado como relevante para a investigação quer por autoridades russas quer pela comissão de investigação polaca, na realidade a fraca definição da câmara permite apenas visualizar destroços fumarentos e floresta mas a trilha áudio revela algo inusitado num local de despenhamento de um avião de passageiros; tiros e gritos. Alex Jones no seu site Infowars transcreve o diálogo que se ouve na floresta de Smolensk o qual traduzi para língua portuguesa:
0:13 Calma!
0:18 Olha-o nos olhos.
0:22 Calma!
0:29 Oh, meu Deus!
0:30 Todos eles!
0:31 Mata-os!
0:38 (Ouve-se a sirene do aeroporto)
0:45 Cerca-o! Vão à volta! Ele está a fugir!
0:47 Dá-me uma pistola.
0:49 Anda cá seu sacana!
0:50 Mata-o!
0:51 Não nos matem.
0:51 Não nos matem.
0:55 Meu Deus, Meu Deus, o que é isso?
0:55 Disparem!
0:56 (som de arma a recarregar)
0:57 (Tiro#1)
1:01 Vocês não vão longe com isto! (voz do autor do vídeo)
1:07 (tiro#2)
1:09 (risos)
1:13 Mudança de planos – anda cá!
1:14 Venham cá todos –rápido!
1:14 (tiro#3)
1:17 (tiro #4)
1:20 Vamos-nos pirar daqui.
Uma das explicações para os tiros diz que se tratavam de locais curiosos ou a quererem pilhar ou das munições dos agentes de segurança do presidente a explodirem no intenso fogo do querosene mas as situações bizarras não ficam por aqui. Mesmo nos media polacos há referências a situações graves como o portátil de Aleksander Szczyglo (ex-ministro da Defesa) ter sido confiscado tal como uma pasta com documentos pertencentes ao ex-chefe da segurança - Zbigniew Wassermann - isto três horas após a tragédia (curiosamente o mesmo aconteceu com o escritório e uma pasta de Adelino Amaro da Costa após o acidente de Camarate em 1980). O facto do avião não ter tentado aterrar quatro vezes mas apenas uma, o piloto polaco que foi dito não poder comunicar com a torre porque não falava russo mas na realidade era fluente nesse idioma e a inexistência de imagens com bagagem, roupas e os corpos das vítimas – estavam quase uma centena de passageiros a bordo do Tupolev. As próprias caixas negras não foram ainda tornadas públicas no seu conteúdo e apenas transcrições foram dadas às autoridades polacas. Pouca ou quase nenhuma informação tem sido ventilada. O facto é que o executivo de Kaczyński não parecia favorável à agenda de determinados grupos e foi dos poucos que resistiu à paranóia da vacina pandémica, à assinatura do Tratado de Lisboa e aos empréstimos do FMI – nas reuniões formais o governo polaco sugeriu que poderia inclusivamente prestar apoio monetário a países com situação financeira problemática tendo em conta que a economia polaca cresceu - mesmo em plena crise financeira.
O tempo dirá se há teorias que permanecerão conspiração ou se têm algum fundamento. Katin foi julgado por muitos polacos como a Golgota polaca, um local trágico, uma floresta de mentiras, conspirações e morte.
8 comentários:
Porra. E que se diz nos media polacos?
levantaste aí uma lebre interessante mas vai ser complicado, senão impossível, comprovar o que seja.
parece-me que vai ficar tudo por saber, cada versão é passível de interpretações e receio que nunca se vá apurar o que realmente aconteceu.
@ Tiago: Os media polacos tm sido contidos excepto o pasquim FAKT.
@ Nuno: Penso do mesmo modo. Temos Smolensk II, desta vez envolvendo um avião.
Porque será que esta "dúvida" não me surpreende nada?
Quando ouvi a notícia foi o que me veio imediatamente à cabeça - sabotagem. Smolensk era mais um político incómodo, para "certos" governos daquela zona do Mundo.
Também será mais um mistério. Nunca se saberá a verdade.
Entrei em casa alheia sem ser convidada... não reparei, pensava que estava no blog do Nuno.
Peço imensa desculpa.
Isabel de Lyz Girou
Ora essa. Volte sempre Isabel Girou! :)
Obrigada Ricardo.
Vou voltar sim, já "passei os olhos" por alguns textos e fiquei muito interessada em aprofundar o seu blog. É sempre bom aprender novas coisas, ler e conhecer outras opiniões e outras culturas, são oprtunidades que eu não perco.
Vou aparecer sempre que tiver oportunidade.
Gostei do que já li.
Felicidades.
Isabel Girou
E a pilhagem do cartão de crédito pertencente ao Andrzej Przewoznik (dirigente do Conselho para a Conservação da Memória da Luta e do Martírio) perpetuada pelos militares russos, que supostamente deveriam guarnecer o local do acidente?
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