sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Os ciclos da vida...


Nascer, viver e morrer. Tudo tem um principio e um fim, chamam-lhe os ciclos da vida e vivemos com consciência deles. O blogue 'Um Português na Polónia' não é excepção e já não era actualizado desde o Natal de 2015 o que revela o principio de um fim ou pelo menos um abrandamento significativo de artigos, fruto da longa estadia na Polónia e de já me sentir estrangeiro no meu próprio país mas também mudanças a nível pessoal e pouca disponibilidade entre o 'school-run' e cansaço acumulado de trabalhar por turnos. 




O factor novidade e o ver a Polónia com olhos de estrangeiro é tarefa difícil perante os mais de doze anos de emigração neste país da Europa Central - ou de Leste se preferirem - e a construção de uma vida tão distante de Portugal inevitavelmente traz consigo um distanciamento cada vez maior das experiências descritas pelos neófitos. Em consequência este espaço de escrita passa a ser mais uma voz polaca escrita em português do que uma voz portuguesa na Polónia.

Porque a escrita deve ser fluída peço desculpa pela decisão de 'postar' quando assim houver vontade ou um acontecimento que inspire a escrita informando aqueles que de algum modo estão interessados no que se passa nestas terras e que me têm acompanhado ao longo de quase dez anos.


Dentro dos 'ciclos da vida' aproveito a ocasião para homenagear a minha tia Odete, a quarta irmã da minha mãe - eram cinco - que recentemente nos deixou. À medida que os anos vão passando - e como passam rápido - vemos desaparecer da nossa vida pessoas que fizeram parte da nossa infância, adolescência e idade adulta e são essas perdas, esses desgostos que nos vão vincando marcas no rosto e no espírito, especialmente aqueles que partem cedo demais. 

Como num filme, daqueles projectados em película com bobines, recordo a minha tia naquelas férias no Algarve corria o Verão de 1986, na viagem para Quarteira com o meu tio ao volante do 'épico' Fiat 127 900/C e os primos comigo no banco de trás a ouvirmos no rádio a Lena d'Água, todos a cantarolar felizes e ela a sorrir. É assim que a recordarei.  




2 comentários:

aliSa disse...

O bolg e muito giro!!! Sou polaca e e bom saber o que os estrangeiros pensam sobre de nós!!! :))

Mesmo engracado :))

Beijinhos,

Aleksandra

mila disse...

Assim é meu filho.Obrigada pela homenagem,também este Verão ficará para sempre na minha memória pelo mesmo motivo do teu,o convite dela para uns dias no Algarve desta vez já indo nós acompanhadas dos nossos respectivos netos (no meu caso um deles).partiu cedo demais e deixa um vazio que jamais se preencherá.Deus a tenha inundada de Luz Divina.