Enquanto o mundo discute a inacreditável tragédia aérea nos Alpes, as barbaridades do ISIS, em Portugal as ultimas do campeonato de futebol, o ridículo do Secret Stories (aquela do Zeze Camarinha e do Castelo Branco foi engraçada) na Polónia e em geral na Europa do Leste o movimento de tropas nas fronteiras com a Ucrânia e a Rússia são cada vez mais notórias havendo inclusivamente uma recepção calorosa aos exército dos EUA...
Um contingente do exército do EUA, ao abrigo dos acordos de defesa da NATO, munido de veículos armados, soldados super-equipados e helicópteros atravessou os Estados Bálticos, A Polónia, Eslováquia e República Checa com destino à Alemanha na Operação Dragoon Ride.
O objectivo é o de demonstrar o compromisso dos países da NATO na defesa dos membros do Tratado do Atlântico Norte fazendo braço de ferro com Vladimir Putin e com as suas demonstrações de poder (voos de aviões, bombardeiros, demonstração de poderio naval com fragatas, submarinos e war games) na Europa Ocidental.
Na passagem do comboio militar dos EUA pela República Checa alguns cidadãos decidiram dar as boas-vindas e cumprimentar os soldados americanos. |
Temem-se acções militares da Federação Russa nos seus ex-estados da Estónia, Letónia e Lituânia e protecção da população e bases militares do Enclave de Kaliningrad que faz fronteira com a Polónia a Norte, junto ao Báltico.
Na Ucrânia a situação está longe de ser resolvida com o conflito a tomar proporções graves com civis mortos, explosões de bombas e tiroteios e o rumor da anexação da parte Leste da Ucrânia para a Federação - na região da Crimeia e do Mar Negro onde se encontra a grande base militar russa de Sebastopol é pouco provável que volte a ser Ucrânia.
Um colega de trabalho polaco - reservista do exército nacional da Polónia - foi chamado para treinos de desmantelamento de bombas no âmbito da crescente necessidade de demonstração de força e de protecção das fronteiras onde se teme o surgimento de refugiados de guerra da Ucrânia caso a Federação Russa e a NATO escalem o conflito.
Milícias populares polacas treinam (Grupo SJS Strzelec) numa floresta recebendo treino básico para uma eventual defesa da pátria em caso de conflito com a Federação Russa. |
Na escola primária onde estuda o meu filho mais velho a organização Caritas promoveu uma acção de ajuda aos refugiados ucranianos onde pediam artigos de higiene e limpeza para serem entregues no país vizinho.
Sendo português e filho de "retornados" - detesto este epíteto mas era assim que nos chamavam nos anos 70 - é o trazer à memória um momento da História de Portugal e no nosso caso de Angola onde a convivência com militares e com tensão entre facções rivais passou a ser normal - quando definitivamente não o era.
Para os polacos, eslovacos e checos é ainda mais significativo pois de certo modo o abandono de que foram vitimas entre 1939 e 1945 e nas décadas seguintes onde praticamente se subjugaram à URSS e às ordens de Moscovo está ainda presente na memória colectiva. O pensamento é: Será que desta vez nos voltam a entregar ao russos ou de facto somos finalmente tidos como Europeus ocidentais?
A escolha foi feita desde 1989 e especialmente quando aderiram à NATO e posteriormente à UE mas de um facto importante e de certo modo perturbante é que a Polónia, pela sua posição geo-estratégica, estará sempre no fio da navalha...
1 comentário:
O caso com a Russia é realmente sério. Deixo no ar para aqueles de nós que estendemos os nossos nomes em terras polacas, por via dos herdeiros, o que farão caso a ameaça Russa se torne em agressão?
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