quarta-feira, 4 de junho de 2014

25 anos de eleições na Polónia


Celebram-se hoje os 25 anos de eleições na Polónia. O evento, conhecido como Acordos da Mesa Redonda teve como grandes protagonistas o recentemente falecido General Jaruzelski e o sindicalista Lech Wałęsa. Há claramente um antes e um depois num país que saía de um isolamento forçado fruto dos eventos históricos e bipolarização do globo no pós II Grande Guerra.

De 1947 a 1989 a Polónia não pode exercer o seu direito de voto. Na imagem as eleições de Junho de 1989.


No mesmo dia em que o presidente dos EUA, Barack Obama, visita a Polónia no seu tour europeu celebra-se um quarto de século de democracia e em consequência recordam-se os primeiros passos em direcção da liberdade dos polacos e recuperação dos seus direitos fundamentais. A Polónia foi pioneira nos países do bloco soviético na convocação de eleições livres abrindo um precedente para o que ficou conhecido na História como o Outono das Nações; o colapso de todo um sistema politico que se mostrava utópico e onde imperava a corrupção e uma elite relacionada com o partido comunista, designado de PZPR (Partido dos Trabalhadores Polacos Unidos), eminentemente pró-soviética e anti-capitalista. 

Na primeira ronda de eleições concorrem seis partidos ganhando o PZPR com mais doze assentos no Sejm (Parlamento) polaco do que o Solidariedade de Lech Wałęsa. É por isso considerado que esta primeira ronda mais do que uma mudança repentina foi, isso sim, o inicio do fim do domínio comunista na Polónia, Europa Central e de Leste. Wojciech Jaruzelski continua presidente da Polónia até à sua decisão, pouco tempo depois, de passar o cargo para Czesław Kiszczak o qual viria a formar uma coligação entre o PZPR e o Solidarność. Isto não agrada particularmente a Lech Wałesa que se candidata com o mítico slogan "Não quero, mas tem de ser!" Nie chcem, ale muszem! perante a "traição" dos seus outrora leais companheiros...




Em 1990 novas eleições são convocadas vencendo Wałęsa o qual se manteve na presidência até 1995.

25 anos passados a Polónia de Wałęsa e do bafiento PZPR praticamente já não existe ainda que muitos dos seus protagonistas principais ainda vivam e recordem, uns com carinho, outros com ódio ou indiferença os tempos em que ser membro da União Europeia (então CEE), da NATO e com ligações - que se pretendem estreitas - com os EUA estavam no campo do imaginário num futuro que muitos pensavam ser impossível sem o olhar atento do grande irmão soviético. 

Não gritemos "25 de Abril Sempre!" (isso fica para aquele solarengo país na Europa do Sul) mas sim "4 de Junho Sempre!" 





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