quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Boas Festas Anno Domini MMXXV

Votos de Feliz Natal e Próspero Ano Novo!

E assim estamos a chegar ao fim do quarto de século. O que mudou no mundo em vinte e cinco anos e na Polónia em particular é um trabalho árduo para descrever em meia-dúzia de linhas e na (agora anual) publicação natalícia. 

Poucos dias depois do 11 de Setembro aterrava em Varsóvia ao abrigo do programa de intercâmbio estudantil Erasmus-Sócrates. A Polónia de então, ainda em pré-adesão à União Europeia e notoriamente com resquícios das décadas sob a esfera da URSS e do período conturbado da República Popular da Polónia era um outro mundo para quem vinha de Portugal. Creio que ainda vivenciei os últimos capítulos da transição histórica. 

Por aqui fiquei e muito provavelmente por aqui ficarei... O país transformou-se, desenvolveu-se e é agora uma outra Polónia,  um país bem integrado na UE e até parte dos G20. País ideal? Talvez não seja mas qual país ideal existe? A ala conservadora está bem implementada, com suficiente apoio popular apesar da oposição crescente. As novas gerações de polacos nascidos no século XXI lá se encarregarão de mover os trilhos noutra direcção, é inevitável. 

Terramotos? Incêndios? Tsunamis? Furacões? Avalanches? Inundações? Nada disso é muito comum nestas latitudes, os maiores desastres que ocorreram neste país foram despoletados por os seus vizinhos. A Alemanha e a Rússia foram piores do que quaisquer catástrofes naturais ao longo da sua história milenar. 

Numa Europa cada vez mais exposta na sua ingerência, após a administração Trump retirar o confortável guarda-chuva americano, constatamos que o Velho Continente confiou em demasia a sua segurança militar aos EUA, os recursos energéticos à Federação Russa e entregou de bandeja o comércio e a indústria à China. As liberdades das democracias ocidentais foram habilmente usadas por regimes autoritários para causarem danos e discórdia em alianças, acordos e planos a longo prazo e porventura causarem uma implosão.

Mais do que nunca a União Europeia tem de ser precisamente unida, encontrar finalmente uma identidade própria, uma liderança forte, para não perder a sua relevância, espírito liberal e humanitário num mundo cada vez mais fragmentado - onde países com recursos naturais e mão de obra abundantes emergem e onde os amigos de outrora podem ser os inimigos do porvir. 

A Europa não poderá ser feita toda de uma só vez, ou apenas de acordo com um só plano.

Será construída com ganhos concretos os quais criarão uma solidariedade de facto.

Robert Schuman





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